Ontem (27/5) vários senadores da República foram agressivos, desrespeitosos, violentos e machistas com a ministra do Meio Ambiente Marina Silva. A sessão do Senado repercutiu em todas as redes de televisão e internet, mostrando como o sexismo, o machismo e a misoginia domina no Brasil.
A nossa diretora da ULFA, Igina Mota Sales manifesta sua solidariedade a Marina Silva, em nome de todas as demais diretoras e companheiras da ULFA, e o repúdio ao machismo e à violência misógina contra uma mulher, como fazem todos os dias em relação a todas nós ...
Como Negra Mocambeira Amazônida, creio que é imprescindível levantarmos nossas vozes e escritas públicas de solidariedade a Ministra Marina Silva, não por ser Marina (uma mulher) mas, sobretudo pelo que sua presença na politica representa.
Particularmente, sei muito bem o que significa ser atacada pela misoginia e ter de engolir em seco a omissão daqueles que deveriam estar do teu lado, mas que por algum motivo, escolhem a omissão e, ainda, te atacam com seu machismo, sem hesitar.
Ser mulher, negra, pobre e idosa hoje, me deixa, ainda mais convicta que há sim diferenças entre nós, e que se mostram, dolorosamente, na desigualdade mascarada numa "simples" e horripilante frase: "ela deve se colocar no seu lugar!"
Qual o nosso lugar mesmo?
Que os resquícios do patriarcado, do racismo e do classismo, sinta o peso da ruptura perpetrada pelas mulheres, com suas lutas por justiça socioambiental.
Que tanto os inimigos de classe, etnia/raça e gênero e os "companheiros" de sonhos e lutas, possam saber que estamos de olho, nas violências simbólicas e não simbólicas. E não deixaremos mais passar lateralmente "em branco" os ataques fundados no patriarcado, no colonialismo e racismo.
Sigamos na luta!
Igina Mota Sales
publicado em 28 de maio de 2025